O segundo dia de evento seguiu com muito debate acerca da Inteligência Artificial, mas trouxe dois novos palcos mais focados na estruturação das startups. No palco Saas Monster vimos muitos cases de sucessos e empreendedores da área detalhando o caminho das pedras para performance de vendas, desenvolvimento de produto e uso da AI em Saas (software as a service). Tivemos ainda o palco FullSTK com tendência tecnológicas focadas no público desenvolvedor. E, finalmente, o palco Growth Summit que teve pitchs de startups, de todos os lugares do mundo, resolvendo os mais diversos desafios de mercado.
Dá para metrificar o seu product market fit? Product market fit é o quanto o seu produto ou solução tem match com a demanda de mercado. Em outras palavras, é quando você encontra seu cliente ideal, que enxerga valor no que você entrega, está disposto a pagar por isso e você vê sua receita crescer. Rahul Vohra, founder da Superhuman, já vendeu uma startup para o Linkedin e hoje está em fase de validação do seu novo negócio. Nessa jornada, ele implementou um modo de alcançar e acompanhar o product market fit que gerou ótimos resultados. O método começa com uma pesquisa simples, de uma só pergunta e três respostas possíveis. É o Must Have Score. Como você se sentiria se não pudesse mais usar nossa solução?
"Ask your users how they´d feel if they could no longer use your product. The group that answer 'very disappointed' will unlock product/market fit."Ao realizar essa pesquisa com algumas empresas como Slack, ele descobriu o número mágico: 40%. Segundo Rahul, empresas com um market fit adequado costumam ter no mínimo 40% de resposta na letra A, ou seja, se 40% da sua base de usuários responder que não viveria sem a sua solução, então você encontrou o seu market fit. E se você ainda não chegou nesse número mágico, basta aprofundar no entendimento do perfil de quem respondeu "muito desapontado". Depois, defina o perfil de cliente das outras respostas. Quem respondeu C, dificilmente será um target potencial para o seu negócio, mas é estratégico entender essa persona para melhor identificar onde estão quem mais verá valor no seu produto. Indico você dar uma olhada no link complementar no final desse artigo. Ele tem detalhado os próximos passos desse processo. O seu dinheiro está seguro diante da revolução da Inteligência Artificial? Uma pergunta potente guiou a conversa com a Trish, founder da Unit21 especializada em fraudes digitais. Diferente de outras palestras, esse papo foi uma roda de conversa que contou a participação de representante da Porto Seguro e do Banco do Brasil. Foi muito rico ouvir todos os pontos de vista de forma mais colaborativa. O maior ponto reforçado por Trish é que precisamos pensar como quem pratica as fraudes. Os crimes digitais estão cada vez mais sofisticados e ainda existem marketplaces onde ´fraudsters' vendem entre si golpes validados. Desde envio de e-mails falsos até vazamento de dados, ficou muito claro que o Brasil dá aula para os gringos de como ser criativo na arte de usar a tecnologia para roubar dinheiro. Se o cenário de segurança nesse sentido estava complexo, com a evolução da Inteligência Artificial os golpistas terão mais ferramentas de trabalho (se é que podemos chamar assim). Bancos e outros negócios têm evoluído seus sistemas de segurança, por exemplo, incluindo face ID e biometria, mas com as deep fakes e a Generative AI, é fácil imitar o perfil de alguém na internet. Como as empresas se protegem disso? Trabalhando a segurança de uma forma mais preditiva e não reativa através da Inteligência Artificial, a mesma tecnologia que pode ajudar um golpista também pode garantir a segurança do seu dinheiro. Como? Com monitoramento de dados do usuário somados a AI que seja capaz de apontar padrões estranhos na jornada de uso. Mais uma vez o monitoramento de dados e a capacidade de interpretar e agir em cima deles parece que vai salvar o mundo. Três caminhos para prevenção de fraude: 1) Visão holistica do comportamento de uso dos clientes e usuários. 2) Uso da Inteligência Artificial para monitoramento dos padrões de comportamento. 3) Educar as pessoas sobre como identificar potenciais fraudes. O futuro da identidade: passwords VS passkeys Outro momento interessante do palco Saas Monster foi a jornada futuro dos usuários em relação ao cadastro e onboarding em novas experiências digitais. O antigo password vem se tornando cada vez mais inseguro e em breve teremos uma carteira digital de passkeys mais segura. Matias Woloski e Damian Schenkelman, da Auth0, mostraram o quanto a identificação por imagem para loggins e outras tecnologias serão importantes para garantir a segurando dos dados pessoais. Por exemplo, ao se cadastrar em uma nova plataforma você irá abrir sua carteira de passkeys, liberando-a por biometria ou face ID. O mesmo vai valer para os dados de cadastro. Hoje digitamos informações pessoais sem garantia de que estamos realmente informando dados corretos e reais. No futuro, a mesma carteira de passkeys também armazenará dados pessoais verificados que você irá compartilhar com a plataforma após validação de veracidade. Nesse novo cenário, o seu celular vai passar a ser sua ponte de acesso a todos os canais digitais que você usa. Hypergrowth Apenas um insight breve: parece que o "growth" não é mais suficiente para a tamanha urgência de crescimento das empresas. A palavra do momento, presente em muitos dos talks, é o Hypergrowth. A pergunta que ressoa na minha cabeça é uma só: será que um crescimento astronômico rápido pode ser um crescimento de longo prazo, mais perene e sustentável? Dia 03 Hoje começa o último dia do Web Summit e meu foco estará no palco Creatiff, com conteúdos sobre design, arte e como a tecnologia se cruza com tudo isso, além da Sonia Guajajara que estará presente no palco central. Amanhã trago tudo que vi de novo para você. - Até breve.
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Fabi Soares
Já desenvolvi mais 1000 empreendedores desde 2015, quando troquei meu trabalho formal na publicidade para empreender. Sou TEDx speaker, Mentora Angelus Network e fundadora da EFE LAB e da Mooca. ⌕
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